domingo, 30 de agosto de 2009

Respirar fundo.
Mergulhar.
Tenho de sair daqui.


Quero sair daqui.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Eu percebo-te.

Claro que percebo.
Conheço-te melhor do que tu a ti próprio. Se calhar, consigo até ver-te mais claramente do que a mim própria, mas também não me debruço muito sobre esse assunto, de qualquer das maneiras.
Queres que saia da tua vida.
Que me liberte.
Que TE liberte, afinal.
Nada de complicado.
Tempo e distância, é o que me pedes.
Acima de tudo, é o que tenho dado, e mais do que realmente merecias.
Mas achas que é fácil para mim aceitar?
Depois deste tempo todo juntos, um dia, sem mais, decides que queres que eu desapareça.
E basta estalar os dedos para isso.
Dizes-te altruísta.
Ninguém vê isso, além de ti, mas isso não é assunto que queiras discutir, é claro.
Mas tens de ver que, depois de todas as merdas que tens feito, e onde te tens mostrado mais EGOÍSTA do que ALTRUÍSTA, é difícil acreditar – muito difícil mesmo – que só desta vez queiras o bem de outra pessoa acima dos teus interesses, quando ages exactamente da forma que parece contrariar isso que tão abertamente apregoas.

Tu e as tuas luzes. Tu e os teus anjos de luz.

Não vês nada à frente, é o que te digo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009


Keane - Enjoy The Silence ( Depeche Mode Cover )


Lembrei-me que ias gostar desta. Uma das tuas canções preferidas. Uma das bandas que a nova pessoa que tu és gosta de ouvir.

Cheguei agora, e fui espreitar o teu blog. Meteste uma deles como a banda sonora da tua vida.

Engraçado que, com toda a claridade que queres ter à tua volta, não vês as coisas mais simples, as mais importantes. As que eu sempre lá vi.

Leio a letra duas, três vezes, quem sabe a tentar interpretar-te.

Mas eu compreendo-te.

Só não vês aquilo que está mesmo à frente.

Só não consegues aceitar.

A luz ofusca-te.

Há bocado falava contigo acerca do lugar que vais visitar, e disse-te que achava a imagem muito iluminada, que preferia as de dia, que eram mais verdadeiras.

Mas tu continuas com a tua ilusão.

Pedi-te que levasses um livro especial. Para mim. Para ti, um dia.

Espero que o faças.

E desejo força para a tua próxima batalha.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

DEVOLUÇÃO À PROCEDÊNCIA

Outra designação para Trintona Recém-Divorciada.
É uma coisa dessas que eu sou agora.
De uma forma algo inesperada, devo dizer.
Ao fim de 8 anos e meio de casada, é natural que uma pessoa se aperceba que as coisas começam a esfriar.
Claro que, quando me meti no que me meti, já calculava para o que ia, e o facto de isso acontecer, ou a perspectiva da rotina, nunca me meteu medo.
Sabia que eram daquelas coisas que faziam parte e, bem vistas as coisas, com um pouco da “magia do dia-a-dia” tudo se faz com mais facilidade, alegria e amor.
Amor foi coisa que nunca me faltou. Parece um poço sem fundo. Tenho sempre Amor por tudo e para toda a gente.
Agora, quase toda…
Bem, parece que, do outro lado, as coisas não se passavam assim.
Andei anos convencida que tinha em casa um Guerreiro forte, íntegro, luminoso, inspirador. O meu castelo, o meu farol, acima de tudo, sempre, a minha inspiração.
Mas ele não passava de um Peter Pan com medo de crescer e de perder a aventura da vida – esquecendo que não é o crescer que faz perder a aventura, e que uma pessoa pode muito bem ser adulta e acreditar em magia, voar e cantar de galo – e achou que a Sininho era muito mais luminosa que a bruxinha simples e dedicada que tinha em casa.
Infelizmente, a Sininho era casada com o melhor amigo do Peter Pan, que não pensou duas vezes em trair os dois melhores amigos que alguma vez terá.
E nem a Sininho se preocupou com esse pormenor supérfluo!
E, assim, o luminoso Guerreiro revelou-se, afinal, um traidor.
Aqui, estou apenas a dar vida a algo que iniciara antes: a escrita de tudo o que me passou pela cabeça ao longo deste tempo.
O meu último dia de paz foi o 27 de Março.
Lembro-me muito bem, porque foi o último dia de aulas, e porque me sentia inexplicavelmente mal. Pensei que fosse por ter passado ao pé do cemitério. A minha avó não pode passar ao lado sem sentir um intenso mal-estar, e comecei a achar que a “coisa da família” me estava a começar a cair em cima, também.
Depois percebi. Chegou a casa tardíssimo do trabalho, e disse que se ia oferecer como voluntário para o Sea Shepherd.
Assim, sem mais.
Do tipo, “olha, sabes, um dia destes vou-me embora. Sozinho”.
Um terço da minha vida esfumado em momentos.
Depois disso, várias situações que eu não compreendia, que tentava perceber.
Um grande erro cometi eu: não falar.
Desse, fiquei curada
Agora falo, pergunto, sei bem o que quero, e se não é, passo à frente sem olhar duas vezes, para não dar nem ter ideias.
Falei mais com ele nessas semanas do que nos anos que estivemos casados. Perguntei tudo o que queria saber. Sem medo das respostas, apesar destas me trespassarem e de terem deixado o meu coração ferido de tal maneira que é impossível recuperar totalmente.
E, agora, de repente, o vazio.
Onze anos juntos feito gémeos verdadeiros, e ele salta assim do barco como se eu nunca tivesse existido na vida dele.
“Vais sempre ter um lugar especial na minha vida!”.
“És uma miúda muito especial, mereces melhor que eu!”
“O que eu mais quero é que sejas feliz!”.
Soa familiar?
Pois, parece que não fui a única a passar por uma destas.
Mas não estava à espera.
Não dele
Não dela, que era minha amiga, que me assegurava que estava a lutar contra isso, mas que se arranjava toda e trocava olhares com ele comigo e com o marido dela ao lado.
Não desta forma.
Sim, acredito que vou ser feliz.
Acredito que há alguém bem mais íntegro e merecedor que ele.
Mas um enorme sentido de injustiça roça-me a pele, e queima como fogo!
Detesto injustiças, raios!
Por isso, escrevi tudo. E escrevo. Todos os dias. Para tentar expurgar o veneno.
No fim, apenas as memórias envoltas em névoa, mas nada da dor e da lembrança.
Espero.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Hoje.

Acordei de madrugada, outra vez.
Ainda nem são duas horas.
Pode ter sido do café.
Mas é provável que não.
Não consigo deixar de pensar.
Não o quero fazer, porém.
Porque é que insisto em querer gostar tanto dele, se fez coisas que me fazem sofrer tanto, e ter raiva dele?
Penso que, a esta hora, provavelmente, fez amor com ela, e agora dorme abraçado a ela.
Uma coisa dessas era o que eu queria para mim.
Mas não.
Para mim a solidão.
Para sempre.
O frio. O silêncio. A falta. O vazio.
Queria tudo isso, de verdade.
Mas não consigo entregar-me a um estranho, e todos para mim são estranhos agora.
E, sem sombra de dúvida, não quero conhecer ninguém.
E também não o quero a ele.
Por isso, a solidão. Até ao fim.
Vai custar tanto!
Mas não há outra maneira.
O fim da história.
Para eles, o “foram felizes para sempre”.
Para mim, o Nada.