sábado, 24 de outubro de 2009

E se...

Provavelmente, pensaste nos "Se’s” todos.
Viste de um lado, do outro, por cima, por baixo, dentro e fora, escuro e claro.

“E se… ela quiser?”
“E se… resultar, afinal?”
“E se… for este o caminho certo?”
“E se… não estiver enganado?”
“E se… for mesmo o melhor para toda a gente, mesmo que os outros envolvidos achem que não, mesmo que o Heart e a Red, que são as pessoas que mais me amam, fiquem destruídos, mas que recebam de mim esta dádiva que não querem receber, que é a liberdade?”

“E se…?”

Em todos. Todos. Menos um.

E, provavelmente, esse era o único “Se” certo.

E o que estava lá desde o início.



E se… afinal de tudo, sempre tivesses estado no caminho certo?

E se… afinal de tudo, tivesses tido nas mãos o maior bem de todos?

E se… afinal de tudo, o tivesses destruído e não fosse possível recuperá-lo mais?


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Há uns tempos que não dizias nada.

Eu podia ter percebido mais cedo.
Ligaste, ainda nem há duas semanas, depois de alguns meses de poucos contactos e, aquando destes, definitivamente amargos ou hostis sem razão nenhuma.
O telemóvel tocou. Àquela hora, pensava que era a minha mãe.
Olhei para o visor e estava lá o teu nome. Achei estranho. Não estava à espera.
Perguntaste se estava bem.
“Sim, estou”, respondi, mas pensando que não devia estar sequer a responder, que nem devia ter aceite a chamada.
Perguntei também se estavas bem. Disseste que sim, mas já te ias esticar na conversa e eu não queria. Disse “Ainda bem. Porque é que telefonaste?”
“Ainda tens cá a bicicleta. Queres que ta vá levar? Podemos falar um bocadinho.”
“Não, não é preciso, obrigado.” A bicicleta já lá estava há 5 meses, e só agora é que se lembrou… - “No mês que vem é feriado aqui, e vou buscá-la de autocarro”, respondi.
“Ah, está bem. E está tudo bem?”
“Sim, está tudo bem.”
Queixaste-te que te bloqueei no msn, e eu disse que era para não ter de te ver de cada vez que lá fosse, mas que ia desbloquear, já não valia a pena estar assim.
Não me estiquei mais. Não fiz perguntas, encerrei assunto e despedi-me.
Foi estranho.
Desbloqueei-te do msn no dia seguinte, mas apaguei o nome na mesma. Não quero ter de ver.
Uma semana depois, precisamente 5 meses depois de tudo ter acabado definitivamente – ando com uma pontaria fatal para as datas… - falaste-me pelo msn.
Disseste que me querias vir trazer a bicicleta. Que querias ver a gata. Que querias falar comigo.
Insisti que não era preciso, mas acabei por aceitar.
“E queres vir quando?”, perguntei, a pensar que este fim-de-semana não dava, que tinha almoço nos meus avós e que depois ia para a Z., e que no próximo ia para o T. e também não dava, que no Domingo devia estar de ressaca ou pior.
“Vou hoje”.
Bem… é mesmo uma conversa urgente!
Afinal, não foi nada que já não soubesse.
Subiste a casa, viste a gata. Não te mostrei o apartamento. Não é uma visita. Não há necessidade disso. E não te quero mostrar.
Não quis jantar em casa. Era esquisito. Fomos dar a tal volta, conversar.
Falaste da viagem a Itália. Foi simpático, mas passava bem sem isso.
Falaste da tua casa nova. Foste minucioso a explicar o lugar. Sem necessidade nenhuma. Não estou a pensar visitar-te.
Falaste do que tens feito. Coisas importantes para ti. Mas eu já não sou ninguém na tua vida, não tens de me contar essas coisas.
Falaste dela. Do que estás a sofrer. Voltaste a dizer que gostas de mim, mas só como amiga, e que não nos vamos poder ver ou falar durante muito tempo.
Foi exactamente o que disseste há 5 meses atrás. Para quê esta urgência em repeti-lo agora?
Mas valia teres-me deixado em paz, não é?
Afinal, nem percebi porque vieste.
A parte má acha que foi para veres se ainda estava disponível.
A parte boa acha que foi para veres realmente com os teus próprios olhos se eu estou bem, para assim poderes dormir mais descansado.
Não sei.
Não me interessa.
Não quero pensar nisso.
Quero que estejas longe.
Tu e ela e esta situação.
Vim-me embora para estar longe.
Longe dos olhos, longe do coração, dizem.
Não me venhas lembrar, que eu quero virar costas, mergulhar fundo e desaparecer dessa história.
Para outras bem melhores, um dia.


domingo, 13 de setembro de 2009

So long.

I didn't need you...
I didn't need you to make my dreams come true.
I didn't need you...
I didn't need you to make my dreams come true.
Goodbye. Goodbye.
Goodbye.
So long. So long. So long.
So long...


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Às vezes, penso se tudo isto não será culpa minha.

Porque eu disse, um dia:

“Este não é o Amor que eu quero.”

Mas nós nunca medimos as palavras que dizemos.
Eu queria mais, muito mais!
Sinto mais do que aquilo que é habitual.
Quero Fogo, quero Eternidade, quero Intensidade, quero este mundo e o outro.

Porque é isto que eu dou.
Nada menos que isto.

Mas parece que não é assim que o mundo se rege.
Um mundo de “Não há nada que seja eterno, nem que seja duradouro. Não há nada que encaixe na perfeição, que aceite aprender com o Tempo e as Estações e o Sol e a Lua e o girar da Terra e o girar da Roda. O que há é o que acaba e desaparece e se desfaz em nada”.

Que faço eu aqui então, afinal?


Talvez esta seja, afinal, a minha maldição.

domingo, 6 de setembro de 2009

Assim, fechadinho numa caixa.

Arrumado num armário escuro, num sótão por aí além.
Tenho a certeza que, se não for usado, não se irá partir.


domingo, 30 de agosto de 2009

Respirar fundo.
Mergulhar.
Tenho de sair daqui.


Quero sair daqui.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Eu percebo-te.

Claro que percebo.
Conheço-te melhor do que tu a ti próprio. Se calhar, consigo até ver-te mais claramente do que a mim própria, mas também não me debruço muito sobre esse assunto, de qualquer das maneiras.
Queres que saia da tua vida.
Que me liberte.
Que TE liberte, afinal.
Nada de complicado.
Tempo e distância, é o que me pedes.
Acima de tudo, é o que tenho dado, e mais do que realmente merecias.
Mas achas que é fácil para mim aceitar?
Depois deste tempo todo juntos, um dia, sem mais, decides que queres que eu desapareça.
E basta estalar os dedos para isso.
Dizes-te altruísta.
Ninguém vê isso, além de ti, mas isso não é assunto que queiras discutir, é claro.
Mas tens de ver que, depois de todas as merdas que tens feito, e onde te tens mostrado mais EGOÍSTA do que ALTRUÍSTA, é difícil acreditar – muito difícil mesmo – que só desta vez queiras o bem de outra pessoa acima dos teus interesses, quando ages exactamente da forma que parece contrariar isso que tão abertamente apregoas.

Tu e as tuas luzes. Tu e os teus anjos de luz.

Não vês nada à frente, é o que te digo.