Mostrar mensagens com a etiqueta assombrações. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta assombrações. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Há uns tempos que não dizias nada.

Eu podia ter percebido mais cedo.
Ligaste, ainda nem há duas semanas, depois de alguns meses de poucos contactos e, aquando destes, definitivamente amargos ou hostis sem razão nenhuma.
O telemóvel tocou. Àquela hora, pensava que era a minha mãe.
Olhei para o visor e estava lá o teu nome. Achei estranho. Não estava à espera.
Perguntaste se estava bem.
“Sim, estou”, respondi, mas pensando que não devia estar sequer a responder, que nem devia ter aceite a chamada.
Perguntei também se estavas bem. Disseste que sim, mas já te ias esticar na conversa e eu não queria. Disse “Ainda bem. Porque é que telefonaste?”
“Ainda tens cá a bicicleta. Queres que ta vá levar? Podemos falar um bocadinho.”
“Não, não é preciso, obrigado.” A bicicleta já lá estava há 5 meses, e só agora é que se lembrou… - “No mês que vem é feriado aqui, e vou buscá-la de autocarro”, respondi.
“Ah, está bem. E está tudo bem?”
“Sim, está tudo bem.”
Queixaste-te que te bloqueei no msn, e eu disse que era para não ter de te ver de cada vez que lá fosse, mas que ia desbloquear, já não valia a pena estar assim.
Não me estiquei mais. Não fiz perguntas, encerrei assunto e despedi-me.
Foi estranho.
Desbloqueei-te do msn no dia seguinte, mas apaguei o nome na mesma. Não quero ter de ver.
Uma semana depois, precisamente 5 meses depois de tudo ter acabado definitivamente – ando com uma pontaria fatal para as datas… - falaste-me pelo msn.
Disseste que me querias vir trazer a bicicleta. Que querias ver a gata. Que querias falar comigo.
Insisti que não era preciso, mas acabei por aceitar.
“E queres vir quando?”, perguntei, a pensar que este fim-de-semana não dava, que tinha almoço nos meus avós e que depois ia para a Z., e que no próximo ia para o T. e também não dava, que no Domingo devia estar de ressaca ou pior.
“Vou hoje”.
Bem… é mesmo uma conversa urgente!
Afinal, não foi nada que já não soubesse.
Subiste a casa, viste a gata. Não te mostrei o apartamento. Não é uma visita. Não há necessidade disso. E não te quero mostrar.
Não quis jantar em casa. Era esquisito. Fomos dar a tal volta, conversar.
Falaste da viagem a Itália. Foi simpático, mas passava bem sem isso.
Falaste da tua casa nova. Foste minucioso a explicar o lugar. Sem necessidade nenhuma. Não estou a pensar visitar-te.
Falaste do que tens feito. Coisas importantes para ti. Mas eu já não sou ninguém na tua vida, não tens de me contar essas coisas.
Falaste dela. Do que estás a sofrer. Voltaste a dizer que gostas de mim, mas só como amiga, e que não nos vamos poder ver ou falar durante muito tempo.
Foi exactamente o que disseste há 5 meses atrás. Para quê esta urgência em repeti-lo agora?
Mas valia teres-me deixado em paz, não é?
Afinal, nem percebi porque vieste.
A parte má acha que foi para veres se ainda estava disponível.
A parte boa acha que foi para veres realmente com os teus próprios olhos se eu estou bem, para assim poderes dormir mais descansado.
Não sei.
Não me interessa.
Não quero pensar nisso.
Quero que estejas longe.
Tu e ela e esta situação.
Vim-me embora para estar longe.
Longe dos olhos, longe do coração, dizem.
Não me venhas lembrar, que eu quero virar costas, mergulhar fundo e desaparecer dessa história.
Para outras bem melhores, um dia.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sabes uma coisa?

Mereço mais, mereço melhor, e vou ter tudo o que mereço.

Vou tentar não esquecer as coisas boas, mas quando penso em ti, só me vêm à cabeça as coisas más, que foram poucas, mas recentes, duras e que vão deixar uma cicatriz que não vai sarar.
Foste, até um dia, a melhor coisa da minha vida, mas conseguiste transformar-te na maior desilusão, principalmente porque eu esperava mais de ti, de quem eras, de quem eu julgava conhecer.
E não passaste de um fraco.
Apesar de te achares um herói.
Eu rio-me dessa afirmação!
A quantidade de pessoas que decepcionaste!
Desiludiste as pessoas mais importantes da tua vida, as que te amam mais, as únicas que, um dia, depois de tudo cair abaixo, quando ninguém te estender a mão, se vão colocar ao teu lado e amparar-te.
Porquê? Por algo que achas que é ser verdadeiro para ti próprio? Algo que, quando olhares melhor, vês que não passou de um daqueles impulsos obscuros que só estão lá para provarmos a nós próprios que nos conseguimos dominar e que somos donos da nossa integridade e dos nossos anseios?
Achas que és único na tua demanda?
Rio-me da tua ilusão.
E sofro por ti.
Não como aquilo que era, porque isso não pode voltar nesta vida que conhecemos.
O que era, tu destruiste, e não há maneira de voltar a construir.
Mas sofro como amiga, como alguém que sempre irá gostar de ti.
E sabes que não sou de meias medidas quando uso palavras como "sempre", ou "nunca", ou "prometo", ou "juro", ou "amo-te".
Se não forem verdadeiras no meu coração, não as ouves da minha boca.
Por isso agora, não as digo.
Uma delas não te direi mais. Reparaste que não usei o "nunca"? É porque também não sei o que o Futuro, ou o Presente, como gostas de pôr as coisas, traz.
Mas por agora, não.
E digo-te com toda a sinceridade, prefiro guardá-las para dizer, um dia, bem pertinho dos lábios, bem apertado contra mim, a alguém que realmente as mereça.

domingo, 12 de julho de 2009

Elizabeth Barrett Browning

XLIII
How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and Ideal Grace.
I love thee to the level of every day’s
Most quiet need, by sun and candlelight.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise;
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood’s faith;
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints, - I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! – and, if God choose,
I shall but love thee better after death.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Hoje teria acordado assim.

Se de facto tivesse dormido.

Será que um dia vai passar?

domingo, 5 de julho de 2009

Amor em Tempos de Cólera.

Fermina Daza estava na cozinha a provar a sopa do jantar quando ouviu o grito horrorizado de Digna Pardo e o alvoroço da criadagem e logo o da vizinhança.

Atirou a colher para o lado e tentou correr como podia com o invencível peso da sua idade, aos gritos como uma louca sem saber ainda o que é que se passava sob os ramos da mangueira, e o coração partiu-se-lhe ao ver o seu homem estendido ao comprido na lama, já morto em vida, mas resistindo ainda um último minuto ao golpe final da morte para dar-lhe tempo a chegar.

Chegou a reconhecê-la no meio da confusão, através das lágrimas da dor única de morrer sem ela, olhou-a pela última vez para todo o sempre, com os olhos mais luminosos, mais tristes e mais agradecidos que ela jamais lhe vira em meio século de vida em comum, conseguindo dizer-lhe com o último suspiro:


Só Deus sabe quanto te amei.

sábado, 4 de julho de 2009

On a hot summer night, would you offer your throat to the wolf with the red roses?


Meatloaf-you Took the Words Right out of My Mouth

Boy: On a hot summer night, would you offer your throat to the wolf with the redroses?
Girl: Will he offer me his mouth?
Boy: Yes
Girl: Will he offerme his teeth?
Boy: Yes
Girl: Will he offer me his jaws?
Boy:Yes
Girl: Will he offer me his hunger?
Boy: Yes
Girl: Again. Will he offer me his hunger?
Boy: YES
Girl: And will he starve without me?
Boy: Yes
Girl: And does he love me?
Boy: Yes
Girl: Yes
Boy:On a hot summer night, would you offer your throat to the wolf with the red roses?
Girl: Yes

Boy: I bet you say that to all the boys.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Come out, come out, wherever you are...

A imagem do John Travolta persegue-me.
Insistentemente.
Sem me deixar escapar.
Sem me deixar respirar.
Onde quer que vá, ele está lá.
Para onde quer que olhe, ele está lá.
Em qualquer direcção que eu siga, é ele que eu encontro.
Desta vez, assumiu a forma de um cinquentão cristalizado nos anos 70, óculos de rough rider, bigode de morsa, parcos cabelos no topo da cabeça e os hábitos intrincados de um penicheiro de gema.
Como andei a fazer tempo para o autocarro na Galinha Gorda a procurar mariquices para a maison nova, tive a maravilhosa e ocasional oportunidade de lhe poder perguntar, com o meu mais apurado esgar psicótico-assassino, se ele preferia ser desventrado com a faca de legumes, de serrilha, ou de entrcosto, acompanhada com um eficaz porém elegante e anti-bacteriano garfo de entrecosto.
É à vontade do freguês, hoje, senhores!